quarta-feira, 13 de outubro de 2010

A PROVIDENCIA DIVINA..


QUE DEUS MARAVILHOSO !

O Deus da Providência (Êxodo 1 e 2)

Introdução

Março é o mês em que se comemora a páscoa. A páscoa está descrita nos capítulos 11 e 12 de Êxodo. A palavra vem do hebraico "pesah" que significa "passagem".

Ao ler estes doze capítulos de Êxodo somos informados que Deus queria libertar o seu povo da escravidão do Egito, mas, Faraó, queria impedir. Deus usou seu grande poder para convencê-lo. Ele fez isso enviando dez pragas.

Na décima e última praga iriam morrer todos os primeiros filhos e as primeiras crias dos animais. À meia noite, o "anjo da morte" iria passar sobre todas as casas do Egito. Somente as famílias que estivessem dentro de uma casa que tivesse aspergido sangue nos batentes de cima e dos lados das portas é que seriam poupadas. Esta "passagem" do anjo originou o nome da festa - páscoa.

Não pretendo falar sobre a páscoa. Desejo analisar alguns fatos antecedentes à mesma. Vou abordar os dois primeiros capítulos de Êxodo, eles são decisivos para o que aconteceu a seguir.

Apesar desse texto bíblico ser antigo sua mensagem é atual e necessária. Estou convicto de ela que irá nos desafiar, corrigir, e fazer crescer na nossa confiança em Deus. Vamos notar que tudo se dirige para o fim que Deus determinou. É maravilhoso saber que o nosso Deus está no controle de todas as coisas, inclusive da história humana.

Porque o povo de Israel se encontrava no Egito?

Muito nos ajudará fazer uma breve exposição do contexto. Deus chamou Abraão, fez com ele uma aliança que continha promessas, dentre as quais, a de que ele seria uma grande nação e que seus descendentes herdariam uma porção de terra (Gênesis 12:1-3). Posteriormente, essa aliança foi ratificada com Isaque seu filho (Gênesis 26:2-5), e com Jacó, seu neto (Gênesis 35:11-12).

Jacó foi pai de doze filhos. José, um deles, trás na sua história (descrita nos últimos capítulos de Gênesis), o pano de fundo do inicio da narrativa de Êxodo. Ele, após interpretar os sonhos do Faraó, foi colocado por este como governador do Egito, e tornou-se querido e respeitado por Faraó e por todo o povo.

Por conta da fome de sete anos, José acabou levando a sua parentela para habitar no Egito, que havia se tornado um celeiro para o resto do mundo. Destarte, a família de Jacó se estabelece no Egito (Gênesis 47:1-12), e assim inicia o livro de Êxodo.

Você conhece a sua história?

Passada aquela geração, subiu ao trono um rei que não conheceu a José. Aqui surge um grande princípio: desconhecer a nossa história pode nos tornar ingratos, injustos e irracionais.

O simples fato do novo Faraó e do seu povo não conhecer a própria historia, leva-os a cometerem injustiça contra aqueles que um dia os salvou da morte. Assim, ao invés de tratar aquele povo com gratidão e respeito, trata-os com severa ingratidão.

Quantas vezes cometemos o mesmo erro de Faraó? Tudo porque não aprendemos com a história. Se o nosso Deus é Senhor da história e nela atua, dar atenção à história significa aprender sobre os grandes e poderosos atos de Deus.

O que te dá medo? Do que você tem inveja?

Todas as coisas que Faraó pensava a respeito do povo de Israel não passavam de meras suposições. As suas deduções não eram baseadas em fatos. Com isto ele acabou tomando desastrosas decisões.

O medo e a inveja pode nos levar a atitudes hostis e irracionais. Quantas vezes nos flagramos julgando outra pessoa, baseados em meras suposições, preconceito e inveja? Basta você não ir com a cara de uma pessoa, ou imaginar que ela quer te fazer mal, para começar a desonrar e desfazer desta pessoa. Você imagina que alguém não gosta de você e começa a ser hostil com esta pessoa. Essa é síndrome de Faraó.

Há uma distinção entre os egípcios e o povo de Deus

Mesmo morando no mesmo país, há uma clara distinção entre dois povos. Os egípcios, que são a prata da casa, e os estrangeiros, que são o povo de Deus.

Mesmo hoje, há uma clara distinção entre aqueles que pertencem ao mundo, e aqueles que estão no mundo, mas pertencem a Deus. Esse povo de Deus, mesmo vivendo no mundo sabe que não pertence a ele, que é estrangeiro.

O povo de Deus também sofre

Quantas pessoas romantizam a vida cristã e depois se frustram? Quantas reclamam que o ímpio prospera enquanto o povo de Deus é oprimido e explorado? Reclamam que são fiéis, mas estão sofrendo.

Este texto corrige a nossa visão. Ele nos conforta por desfazer a idéia errada que temos de que, pertencer a Deus, significa imunidade ao sofrimento. Ele nos poupa da decepção, do desânimo, da murmuração. Mas, também conforta ao nos fazer lembrar que há promessas de vitória, e ela se cumprirá.

Aliás, disse alguém muito acertadamente, respondendo à pergunta: Porque Deus permitiu seu povo sofrer tanto? que foi "para que nascesse neles o desejo de sair do Egito, e se lembrassem da aliança e de que o seu lugar não era ali. Eles precisavam desejar a Terra Prometida".

Parece que quando o mundo nos atrai e se torna bom demais, a ponto de nos acomodar e fazer esquecer de Deus, ele precisa usar um tratamento de choque, para que nos lembremos da aliança que temos com ele, para que não percamos o desejo pela pátria celeste.

O lado bom do sofrimento

O lado bom do sofrimento é que ele nos leva ao clamor, e o clamor move o coração de Deus. Murmurar não mudaria a situação do povo de Deus: era preciso clamar! Clamar com fé por libertação, reclamar de Deus o cumprimento das suas promessas.

Quais têm sido as suas atitudes diante do sofrimento? Saiba que clamar é melhor do que reclamar, pois o clamor move o coração de Deus levando-o a agir.

Deus age na hora certa

Há um ditado que diz: "Deus tarda, mas não falha", porém, aprendemos aqui que Deus não tarda e nem falha, ele age no momento exato. Precisamos aprender a esperar o tempo de Deus.

Em Gênesis 15:13-14, Deus prepara com antecedência o seu povo para a adversidade futura, e lhes mostra o que faria a respeito. Em Êxodo 2:23-25, encontramos Deus agindo, no tempo certo e determinado, para fazer cumprir as suas promessa.

Lembre-se: Deus nos prepara para as situações difíceis; nada nos alcançará de surpresa e nem durará para sempre. Deus agirá no tempo certo. Creia nisto!

Quando Deus escolhe alguém

Quando Deus tem uma missão para ser realizada através das nossas vidas, ele nos livra e guarda. Veja Moisés, muitos outros meninos morreram, mas ele foi poupado e preservado. Ele era um escolhido. Por meio dele Deus iria libertar o povo de Israel.

Se Deus tem algo para realizar através da sua vida, saiba: ele vai te guardar e te proteger até que você cumpra a missão que ele determinou.

Neste ponto vale a pergunta: Deus tem te chamado? Tem te escolhido para a realização de uma obra? Se sim, quero te dizer que não adiantar fugir, pois nem a morte, nem Faraó, nem você mesmo poderá frustrar os planos de Deus. O melhor é não relutar, mas descobrir onde e como Deus quer te usar para a glória dele.

E quanto às coincidências?

Uma das filhas de Faraó foi tomar banho exatamente naquela hora e local em que Moisés estava sendo deixado no rio. Mas não iria bastar que ela o encontrasse. Era preciso haver nela, naquele dia, um sentimento de compaixão. Ela sabia que havia uma sentença de morte para todos os meninos hebreus. Sabia que aquele menino do cestinho era hebreu. Sabia que haveria um grande risco em acolhê-lo. Mas ela não resistiu.

Nada aqui aconteceu por acaso. Tudo fazia parte da providência de Deus. Sobressai aqui até uma ironia divina: o sentenciado à morte é salvo, protegido e sustentado pelos inimigos que um dia irá derrotar.

Vale a pena confiar em Deus

Quão grande foi a vitória daqueles pais que desafiaram a ordem do rei e confiaram no seu Deus. Por conta dessa fé, eles não perderam o filho, garantiram sua formação e ainda uma pensão para o futuro (Atos 7:22).

Estes pais reconheceram no "formoso" menino um escolhido de Deus, e decidiram arriscar a pele para salvá-lo (Hebreus 11:23). A fé vale o risco.

Como nós precisamos nestes dias, ter atitudes de fé como a dos pais de Moisés. Quanto você é capaz de correr riscos em função da sua fé?

Vale a pena ensinar a criança no caminho em que deve andar

Os pais de Moisés também nos ensinam que "ensinar a criança no caminho que deve andar" vale a pena. Seu filho, mesmo morando e estudando no palácio, mesmo estando exposto a toda sorte de idolatria, costumes pagãos e riquezas, não se corrompeu, permaneceu fiel ao Deus dos seus pais.

Não fique parado: aja!

Que dizer da estratégia da mãe de Moisés? Do cuidado, atenção e agilidade da sua irmã? Que dizer desta segunda vez em que uma arca é usada para a salvação? Ou da descoberta de que o povo estava sendo perseguido porque estava sendo abençoado? A multiplicação era uma bênção de Deus, fazia parte do cumprimento da sua promessa a Abraão, e exatamente isto estava incomodando os egípcios, trazendo medo e temor. Será que naquilo em que somos abençoados por Deus é que seremos odiados e perseguidos?

E quanto àquelas parteiras? Quão grande foi o seu respeito pela vida. Elas dão uma lição a muitos hoje, que não valorizam e nem respeitam a vida.

E quanto ao desrespeito à ordem do rei por temor a Deus? Eis aqui um grande princípio: enquanto obedecer às autoridades humanas não significa desonrar a Deus, é licito; quando obedecer às autoridades humanas significar desonrar a Deus não estaremos pecando por rebeldia, pois importa antes obedecer a Deus do que aos homens.

Quantas coisas

Aprendemos aqui que mesmo entre os ímpios há sensatez. Que aquele que age com bondade para com o povo de Deus recebe bênçãos do Senhor.

Observamos o rei convocando todo o seu povo para a injustiça, isto faz soar o alerta de que a nação fundamentada na injustiça é castigada por Deus.

E quanto à "profecia" do brigão murmurador (1:14)? Ele antecipou para nós que até de "jumentos" Deus pode arrancar profecias.

E quanto aos altos e baixos na nossa vida? O povo de Israel chegou no Egito cheio de honras e regalias, agora não passa de um povo escravos, oprimido e explorado.

Veja como noticia ruim espalha rápido. Quem teria espalhado a notícia de que Moisés havia matado um egípcio? Ele fez às escondidas! Será que foi o próprio homem que ele salvou? Você também é daqueles que vive espalhando notícias ruins?

A espada e o cajado

Quanto a Moisés, ele precisou aprender que não era por meio da espada que Deus libertaria o seu povo, mas por meio do cajado (Atos 7:25). Precisou aprender que "nada há em oculto que não seja manifesto"; que realizar a obra de Deus pela própria força leva à frustração; que o arrogante e orgulhoso senhor do palácio precisava se tornar um humilde pastor de ovelhas antes que pudesse ser exaltado.

Ele precisou conhecer seu campo missionário - o deserto. Precisou aprender que nem ele estava pronto para libertar o seu povo, nem o povo estava pronto para ser liberto. Aprendeu também que, Deus, vem ao encontro do pecador. Ele pode usar até mesmo um "assassino" em sua obra, pois, "onde abunda o pecado, superabunda à graça".

Você também é pecador? Não se desespere, são os pecadores que Deus usa, pois somente estes reconhecem que precisam de Deus. Os "santos", não sentem esta necessidade. Então, nem o fato de você ser um pecador pode impedir a Deus de te usar, pois ele pode te perdoar e transformar.

Conclusão

Eu não poderia terminar esta mensagem sem mostrar alguns paralelos entre os acontecimentos deste texto e certos acontecimentos do Novo Testamento.

Quanto mais o povo de Deus é perseguido e oprimido, tanto mais se multiplica e se torna numeroso. Por isso Deus permitiu as perseguições à Igreja, ela precisava sair de Jerusalém e se espalhar pelo mundo, não podia se acomodar em Jerusalém.

Há um paralelo entre Faraó e Herodes: eles são decretadores de genocídio (Mateus 2:16). Mas nem Faraó, nem Herodes, nem qualquer outro homem poderá frustrar os planos de Deus.

Há um paralelo entre Moisés e Jesus: eles são libertadores. Há um paralelo entre o pequeno número de pessoas que entrou no Egito e a multidão que saiu, isso lembra o início da Igreja, que começou com poucos, mas se tornou uma grande multidão.

Tanto o começo de Israel como nação quanto o da Igreja, foram sofridos. E assim como os israelitas se tornaram indesejáveis por causa do seu crescimento, assim a Igreja do Senhor tem se tornado indesejável ao mundo. Mas a vã tentativa de controlar o crescimento do povo de Deus sempre fracassou e sempre fracassará.

Como havia distinção entre os egípcios e os israelitas, há distinção entre os que pertencem ao Senhor e os que pertencem ao mundo. Você faz parte do povo escolhido de Deus, ou simplesmente pertence ao mundo?

Vale a pena fazer parte do povo escolhido de Deus, pois ainda que possa significar momentâneo sofrimento e perseguição, significará também proteção, amor e libertação. Quando Jesus vier buscar a sua igreja, isso significará para nós salvação e felicidade eterna, mas para o mundo significará castigo e destruição.

O Senhor Jesus não falha. Ele jamais esquece ou abandona. Um dia ele vai voltar, e então enxugará dos nossos olhos toda a lágrima, e nos dirá "vinde benditos do meu Pai, possui por herança o reino que vos está preparado desde a fundação do mundo". Amém.

Sobre o autor: Jair Souza Leal está atuando na Igreja Batista Memorial, Bairro Industrial, Contagem-MG. Ele é o autor dos livros: "4 Homens e Um Segredo", "Milagres - como alcançá-los?" e "Aprenda a orar com Jesus".

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